Entendendo a Síndrome do Pânico e Seu Tratamento
- Priscila Perez Maksud
- 22 de jan.
- 3 min de leitura
A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por ataques súbitos de medo intenso, acompanhadas de sintomas físicos e emocionais que podem ser avassaladores. Muitas pessoas que sofrem com esse problema relatam que os episódios são tão impactantes que, inicialmente, pensam estar enfrentando um problema médico grave, como um infarto e não é incomum que procurem pronto socorro num momento de crise.
A boa notícia é que a Síndrome do Pânico tem tratamento, e é possível recuperar a qualidade de vida com o acompanhamento adequado.
O que é um ataque de pânico?
Um ataque de pânico é um episódio de ansiedade extrema, que ocorre de forma inesperada ou em situações específicas, e traz sintomas como:
Palpitações, coração acelerado ou sensação de opressão no peito;
Dificuldade para respirar ou sensação de sufocamento;
Tontura, desequilíbrio ou sensação de desmaio;
Tremores ou sudorese excessiva;
Náusea, desconforto abdominal ou formigamento no corpo;
Sensação de irrealidade ou de estar "fora do corpo";
Medo de perder o controle, "ficar louco" ou morrer
Esses episódios geralmente duram entre 5 e 30 minutos, mas o impacto psicológico pode ser muito maior, pois muitas pessoas passam a viver com medo constante de ter outro ataque. Esse medo leva à chamada "ansiedade antecipatória" e pode fazer com que o indivíduo evite situações ou lugares que associa aos ataques, limitando sua rotina e qualidade de vida.
O que causa a Síndrome do Pânico?
Em psiquiatria, normalmente é difícil apontar para uma única causa quando tentamos encontrar o motivos desencadeadores das mais diversas patologias. Na Síndrome do Pânico não seria diferente, ela é uma condição multifatorial, causada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Alguns desses fatores podem incluem:
Alterações no funcionamento dos neurotransmissores no cérebro, como serotonina e noradrenalina;
Histórico familiar de transtornos mentais
Eventos traumáticos ou estresse intenso e prolongado;
Personalidade mais sensível;
Consumo excessivo de cafeína, álcool ou drogas estimulantes.
Como a Síndrome do Pânico é tratada?
O tratamento para a Síndrome do Pânico costuma ter boa resposta e geralmente combina diferentes abordagens, que podem incluir:
Tratamento Medicamentoso:
Antidepressivos: medicamentos popularmente conhecidos por antidepressivos ( mas que não são usados apenas para tratar depressão) podem ser utilizados; existem diversas classes e opções com as mais diversas características. Esses medicamentos ajudam a regular o funcionamento dos neurotransmissores no cérebro, reduzindo os ataques de pânico e a ansiedade antecipatória.
Ansiolíticos: Podem ser usados de forma pontual, especialmente durante as primeiras semanas de tratamento ou em situações de crise. No entanto, não são recomendados para uso contínuo a longo prazo.
Psicoterapia:
Diversas linhas de psicoterapia podem ser escolhidas para o tratamento , sendo a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para o tratamento da Síndrome do Pânico. Ela ajuda o paciente a identificar padrões de pensamento distorcidos, a enfrentar medos gradualmente e a reduzir a hipervigilância em relação aos sintomas físicos.
- Outras abordagens, como técnicas de relaxamento e mindfulness, também podem ser úteis.
Mudanças no Estilo de Vida:
A prática regular de atividades físicas contribui para o equilíbrio emocional e a redução da ansiedade.
É importante adotar hábitos de sono saudáveis e evitar o consumo excessivo de cafeína, nicotina e álcool, que podem intensificar os sintomas de ansiedade.
Educação e Apoio:
Compreender o transtorno e os sintomas é fundamental para reduzir o medo associado a eles. Participar de grupos de apoio ou contar com familiares e amigos pode oferecer suporte emocional importante durante o processo de recuperação.
Por que buscar ajuda?
A Síndrome do Pânico pode ser debilitante, mas não precisa ser definitiva. Muitas pessoas deixam de buscar ajuda por vergonha ou por acreditar que é "só nervosismo". No entanto, essa condição é médica e necessita de acompanhamento profissional.
O tratamento tem como objetivo eliminar ou ao menos reduzir consideravelmente os ataques de pânico, e também restaurar a autoconfiança e a liberdade para retomar as atividades diárias e os momentos de lazer.
Se você ou alguém que conhece apresenta os sintomas descritos, procure um psiquiatra. O diagnóstico precoce e o início do tratamento são passos essenciais para superar o transtorno e viver de forma plena e saudável.
Lembre-se: cuidar da saúde mental é um ato de coragem e um investimento em si mesmo.
Atenção!!! Se você acredita que está enfrentando sintomas de ansiedade ou crises de pânico, é importante buscar a avaliação de um profissional qualificado, que poderá realizar o diagnostico e indicar o melhor caminho para o seu cuidado. Evitar o autodiagnóstico e o uso de medicações sem orientação é fundamental, pois cada pessoa tem necessidades únicas. O acompanhamento especializado pode ajudar você a retomar o equilíbrio e viver com mais qualidade, sempre de maneira responsável e segura.


