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Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

  • Foto do escritor: Priscila Franco Perez
    Priscila Franco Perez
  • 11 de fev.
  • 3 min de leitura

Mulher sofrendo

Se tem algo que percebo cada vez mais no consultório, é a frequência com que a ansiedade extrema impacta a vida das pessoas. A depressão há tempos é dita como a doença do século, mas, na minha prática, o que tenho mais atendido são casos de TAG, vejo muitos pacientes que chegam até mim exaustos, sufocados por um tipo de ansiedade que parece não dar trégua.

Claro, isso não significa que a ansiedade superou a depressão em números. Minha percepção é atravessada por vários fatores: o perfil das pessoas que atendo, a região, o estilo de vida.

Em alguns casos, para que o paciente obtenha resposta, precisamos ajustar doses para níveis altos ou até associar medicações e sempre considerar e tentar incluir estratégias não farmacológicas. Isso porque, para algumas pessoas, a ansiedade não é apenas um incômodo ocasional – ela se torna um estado constante, um filtro que altera a forma como enxergam o mundo.


Os relatos que escuto são muito parecidos, independentemente da idade ou do contexto de vida. Pacientes me descrevem uma inquietação que nunca passa, como se algo dentro deles estivesse sempre correndo. Sentem o coração acelerado sem motivo, fazem as coisas de forma atropelada, vivem a sensação de estar atrasados, de que falta tempo – mesmo quando objetivamente não falta. Alguns falam tão rápido que o próprio raciocínio não acompanha, como se a língua tropeçasse nas palavras.


E não é só no corpo ou na fala que isso se manifesta. A impressão é de que a mente nunca relaxa. Há uma sensação de expectativa constante, mas não uma expectativa boa, e sim um medo difuso de que algo vá dar errado a qualquer momento. Os pensamentos catastrofizam o futuro: "E se eu falhar?", "E se acontecer algo com alguém que amo?", "E se eu perder o controle?" O mundo passa a ser visto por uma lente distorcida, onde qualquer situação simples pode se transformar em um problema imenso.


Esse quadro é o que chamamos de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Diferente da ansiedade normal, que todos sentimos em momentos de estresse, o TAG não precisa de um gatilho específico. Ele está sempre presente, contaminando todas as áreas da vida – trabalho, relacionamentos, saúde. Não é só preocupação com algo específico; é preocupação com tudo, o tempo todo.


Mas por que isso acontece?

O TAG envolve alterações neuroquímicas que fazem com que o cérebro perceba perigo onde não há. Como resultado, o corpo vive em um estado de alerta desnecessário, gerando sintomas físicos e emocionais que desgastam a pessoa aos poucos. Isso pode acontecer por predisposição genética, histórico de vida, ambiente estressante ou uma combinação desses fatores.

E o que muitas pessoas não sabem é que, sem tratamento adequado, o TAG pode se tornar um ciclo cada vez mais difícil de quebrar. O cansaço mental e físico se acumula, o sono piora, a produtividade cai, a qualidade de vida despenca. E muitas vezes, por não entenderem que isso é um transtorno, as pessoas tentam "dar conta sozinhas", o que apenas agrava a sensação de sobrecarga.


O que fazer? Existe tratamento?

Sim, e ele pode transformar completamente a forma como a pessoa se sente no mundo. O tratamento pode incluir:


Medicação – Nos casos moderados a graves , o tratamento com medicamentos normalmente é necessário. Casos mais leves, devem ser avaliados com outros fatores. Independente da intensidade, o tratamento precisa ser individualizado e acompanhado de perto.

Terapia – Psicoterapia é essencial e ajuda a reestruturar os pensamentos ansiosos e modificar padrões que mantêm o TAG.

Mudanças no estilo de vida – Atividade física, sono regulado e técnicas de relaxamento são fundamentais para trazer reequilíbrio


Mas gostaria de dizer que a ansiedade não precisa ser sua identidade, como vejo que acontece com muitos pacientes que chegam e me contam que são chamados e caracterizados de ansiosos por familiares e amigos. Você não precisa viver sempre correndo, sufocado(a), esperando o pior. Há caminhos para buscar recuperar a leveza, desacelerar a mente e sentir que a vida pode ser vivida sem essa pressão constante.



⚠️ Importante: Identificar-se com alguns sintomas não significa que você tem TAG. O diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado, que avaliará sua história e o impacto dos sintomas no seu dia a dia. Além disso, a resposta ao tratamento pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de diversos fatores, como gravidade dos sintomas, adesão ao tratamento e características individuais. Evite a automedicação e busque ajuda para um acompanhamento adequado.



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