Tetralogia Napolitana: um livro para o dia das mulheres – e para muito além dele
- Priscila Franco Perez
- 11 de mar.
- 2 min de leitura

Se eu pudesse indicar um livro para toda mulher (e para todo homem que deseja compreender melhor o universo feminino), seria a série Tetralogia Napolitana, de Elena Ferrante que contempla os quatros livros a seguir : A Amiga Genial, História do Novo Sobrenome, História de Quem Foge e de Quem Fica e História da Menina Perdida.
Com milhões de leitores ao redor do mundo, essa série se tornou um fenômeno literário – e não é à toa. São quatro volumes intensos, repletos de páginas que valem absolutamente cada minuto investido na leitura. É bem provável que, ao final, você sinta falta das personagens e queira reler a história, tamanha a profundidade da narrativa e das relações apresentadas.
A Tetralogia Napolitana nos leva para a Nápoles do pós-guerra e acompanha a jornada de Lenu e Lila, duas amigas cujas vidas se entrelaçam de formas complexas e, muitas vezes, dolorosas. Mas a história não se resume apenas à amizade – ela aborda temas universais e urgentes: família, casamento, sexualidade, violência, maternidade e política entre tantos outros. É uma obra que escancara o que é ser mulher em um mundo que tantas vezes nos apaga e nos exige tanto.
Elena Ferrante escreve de forma poética, com uma honestidade que às vezes dói, mas que também cura. Sua prosa nos faz refletir sobre nossas próprias escolhas e sobre os caminhos que seguimos ou deixamos de seguir.
A tetralogia já ganhou uma adaptação para série de TV, e a última temporada foi lançada há poucos meses pelo Max. A série é belíssima e fiel ao enredo, mas, ainda assim, recomendo fortemente ler os livros antes. Não apenas porque a literatura permite uma experiência mais íntima e profunda, mas porque nos dá algo essencial nos dias de hoje: o tempo.
O tempo para refletir, para criar nossas próprias imagens, para nos afastarmos um pouco das telas e nos entregarmos a um universo que exige nossa atenção e concentração – qualidades que, aliás, a modernidade tem nos roubado aos poucos.
Além de sua força narrativa, a tetralogia nos convida a pensar sobre o impacto das experiências vividas em nossa saúde mental. As personagens lidam com traumas, expectativas sufocantes e o peso das escolhas, refletindo angústias comuns a muitas mulheres. A leitura se torna um espelho poderoso, ajudando-nos a refletir nossas próprias emoções e a dar nome aos sentimentos que, muitas vezes, parecem difusos. Ao mergulhar nessas histórias, podemos nos sentir vistas, compreendidas e, de alguma forma, acolhidas.
“As mulheres lutam por uma liberdade que, quando finalmente chega, não se parece com a que imaginavam.”
“Os que fogem e os que ficam têm em comum o mesmo sentimento: o medo do que poderia ter sido e do que ainda pode ser.”