Ouvir suas emoções também faz parte do tratamento
- Priscila Franco Perez

- 2 de mai.
- 1 min de leitura

Quantas vezes você tentou “engolir o choro” ou empurrou uma angústia para o canto da mente, na esperança de que ela desaparecesse sozinha?
Em nossa cultura, muitas vezes aprendemos a calar o que sentimos — por medo, vergonha, praticidade ou até sobrevivência. Mas emoções não ignoradas não somem. Elas se acumulam, se transformam, e muitas vezes aparecem em forma de ansiedade, dores no corpo, crises de pânico, insônia ou quadros depressivos.
A frase “é possível fazer diferente quando você aprende a ouvir suas emoções” não é só um convite simbólico — ela carrega uma verdade clínica. No tratamento psiquiátrico, escutar o que se sente é um passo fundamental. Antes da medicação, ou junto dela, é preciso compreender o que está por trás dos sintomas.
Ouvir não é o mesmo que se afundar.
É reconhecer, traduzir e dar um lugar.
Quando você se permite olhar com honestidade para o que sente — sem julgamento — começa a acessar um espaço interno de maior clareza. E é nesse espaço que o cuidado se torna mais eficaz: com apoio, com orientação, com escolhas possíveis.
A psiquiatria não se resume a prescrever. Ela também caminha junto com o processo de se tornar íntima de si mesma — com mais compaixão, consciência e direção.


